sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Vida e história de Chiara Corbella Petrillo

Nascimento e namoro: Chiara e Enrico Petrillo: um jovem casal católico italiano de muita fé e oração. Chiara (Clara) Corbella Petrillo nasceu em 1984, Ela e Enrico (Henrique) tiveram um namoro cheio de términos, dúvidas e voltas. Mas com reflexão e oração, seu amor foi aumentando e se casaram muito apaixonados em 2008.
Casamento: Viviam em Roma, mas se casaram em Assis na igreja da Porciúncula, devido sua devoção a São Francisco. Os dois tinham sonhos como todo casal, mas não imaginavam o que Deus lhes preparava e as lições que eles dariam ao mundo.
Primeira filha: Pouco tempo depois, Chiara engravidou e colocou a criança nas mãos da Virgem Maria. Ao fazer exames, foi constatado que a criança nasceria alencéfala, ou seja, sem grande parte do cérebro. Essas crianças alencéfalas, após o parto, sobrevivem apenas por alguns minutos e logo falecem. Muitos médicos aconselham os pais a abortar, pois não vêem motivo por uma gravidez de 9 meses para uma criança que viverá apenas alguns minutos. Mas Chiara e Enrico se recusaram a abortar. Era a gravidez de uma menina e lhe deram o nome de Maria Grazia Letizia. Ao conversar com alguns médicos, eles se referiam à criança sempre com a palavra “feto” ao invés de “filha” e isso deixava Chiara triste. Ela deixou a gravidez continuar como se a menina fosse viver muitos anos. Ela se mexia e chutava muito na barriga da mãe, como se Deus quisesse dizer: “Ela é uma vida. É um ser humano como qualquer outro.” Chiara disse: “Deus nos confiou uma tarefa verdadeiramente nobre: cuidar de uma criatura que muitos descartariam, odiariam e esqueceriam no lixo de algum hospital.” E Enrico disse: “Ela é nossa filha e vamos acompanhá-la até onde pudermos.” Os dois ficaram ainda mais amorosos e deram testemunhos nas igrejas e grupos de oração. Algumas pessoas acharam estranho e alguns amigos do casal se afastaram deles. Por outro lado, eles ganharam novos amigos. Algumas pessoas disseram: “Que pena, justo com vocês...” E Chiara e Enrico ficavam tristes, pois isso era considerar a pequena menina como uma fatalidade. Padre Vito, amigo do casal desde o namoro, apóia-os em tudo. Chiara tirava fotos da barriga que crescia com muito orgulho. Ela e Enrico esperavam o nascimento da menina com muito amor, alegria e oração. No dia 10 de junho de 2009, nasce Maria Grazia Letizia de parto normal e tranqüilo, sem nenhuma dificuldade. Nenhuma das dificuldades previstas no parto aconteceram. Enrico pega a filha nos braços emocionado e Padre Vito logo a batiza. Chiara conta: “Eu e ela estávamos unidas por toda a vida. Se eu tivesse abortado, não penso que recordaria do dia do aborto como um dia de festa. Seria um momento que eu procuraria esquecer. Mas o dia do nascimento de Maria Grazia Letizia, eu poderei recordá-lo como um dos mais belos da minha vida e poderei contar aos filhos que o Senhor nos enviar que eles têm uma irmã que intercede por eles no Céu. Quero dizer para as mães que perdem seus filhos durante a gravidez: nós nos tornamos mães, tivemos esse dom.” Após o parto, a menina sobreviveu por apenas 30 minutos e logo faleceu. No dia 12 de junho de 2010, aconteceu o funeral da menina. Mas Chiara e Enrico não estavam lamentando. Os dois cantavam e tocavam louvores a Deus com violino e violão na igreja enquanto o velório acontecia. Os presentes disseram que foi lindo e pareceu uma festa do Céu, pela entrada da menina no Paraíso. Foi uma lição da eternidade que continua até para bebês como Maria Grazia. Chiara e Enrico disseram: “Não importa o tempo que passamos juntos. O importante é aquilo que será. O necessário é conhecer o Pai, é preciso preparar-se para esse encontro.”
Segundo filho: Meses depois, Chiara engravida novamente. Os amigos começam a dizer: “Desta vez será melhor. Nascerá saudável.” Como se Maria Grazia fosse algo ruim para ser esquecido. E Enrico e Chiara ficam tristes novamente. Ao fazerem exames, é constatado que é um menino, mas que nascerá sem as pernas e com algumas complicações graves nos órgãos. Isso fará com que ele sobreviva também por apenas alguns minutos após o parto. Chiara e Enrico não quiseram abortar. E novamente, esperam a gravidez com alegria e oração, tirando fotos com muito orgulho. Eles lhe deram o nome de Davide Giovanni. Enrico disse: “O Senhor está me dando uma cruz e eu devo carregá-la, pois nessa cruz vou descobrir algo que Ele quer me dizer.” E Chiara disse: “Antes de ele ser nosso filho, é primeiro filho de Deus.” Após o parto em 24 de junho de 2010, festa de São João Batista, Chiara e Enrico abraçaram o menino amorosamente e emocionados. Padre Vito conseguiu chegar novamente a tempo pegando carona com um motoqueiro para chegar mais depressa ao hospital e batizou o menino. O menino tinha um rosto belíssimo, encantador. Só não tinha as perninhas e problemas internos. Chiara disse que se pareceria com ela. Davide Giovanni viveu apenas 38 minutos após o parto e faleceu. Chiara disse: “O pequeno Davide recebeu como dom de Deus uma tarefa muito importante: a de abater os grandes Golias que estão dentro de nós. Abater nosso poder paterno de decidir sobre ele e no lugar dele. Ele era assim porque Deus precisava dele assim.”
Terceiro filho: Em 2011, Chiara engravida novamente. Sem saber se seria mesmo um menino, Chiara diz que se chamará Francesco. E desta vez, a criança não tinha deficiência. Era realmente um menino e crescia saudável e forte na barriga da mãe. Mas enquanto a gestação acontece, Chiara descobre nos exames que está com câncer maligno na língua. É um dos tumores mais agressivos e Chiara tem 27 anos na ocasião. O tumor é retirado numa cirurgia de seqüelas sofridas. Mas é necessário a quimioterapia. Porém, se ela for feita, colocará a vida do bebê em risco. Ao conversar com Chiara, novamente os médicos chamam o bebê sempre com a palavra “feto”, enquanto ela repete: “É Francesco, Francesco!” Chiara e Enrico decidem esperar a gravidez terminar e só depois fazer a quimioterapia. Ela disse: “Tive que defender meu filho como uma leoa, pois me incentivavam a abortar do que colocar minha vida em risco.” Perto do dia do parto, Chiara disse: “Quero que Francesco não esqueça dos irmãozinhos que tem no Céu. Ele tem ao seu lado estes enormes dons. Quero que ele os conheça bem.” Chega o dia do parto e Francesco nasce saudável. Chiara e Enrico choram de alegria. É imensamente amado pelos pais e eles sabem que esse sobreviverá. Chiara valorizava cada detalhe da vida de mãe e de cuidar do bebê. Mas rapidamente, ela faz os primeiros tratamentos do câncer. Sofre muito, mas nunca perde o bom humor.
Doença e últimos dias: Infelizmente, apareceram metástases no olho direito, pulmão, fígado e num seio. Os médicos lhe dizem que ela não tem chances de sobreviver e está em fase terminal. Ela pede ao médico: “Não me diga quanto tempo me resta porque quero viver o presente.” Todos os amigos e o marido choram, menos ela. Ela disse: “Eu parei de querer entender, caso contrário, a gente enlouquece. E estou melhor. Agora estou em paz. Acolho o que vier. Deus sabe o que faz e até agora Ele nunca me decepcionou. Depois entenderei. Se fosse antes, eu não teria suportado. Agora consigo se olho só para o dia de hoje. Para cada dia existe uma graça. Dia após dia, eu devo abrir espaço.” Não havia mais utilidade de fazer quimioterapia, apenas remédios para controle dos sintomas. Chiara passou os últimos dias de sua vida na casa dos pais, onde se reuniam para rezar o Terço com o povo. Seu amigo Padre Vito pôde celebrar a Missa ali nesses dias e deixar o Santíssimo no Sacrário. Chiara continuava sempre alegre, paciente e brincalhona. Ela sofre cada dia mais com as dores, os vômitos e dificuldade para respirar e se agarra em Jesus e Maria pela oração confiante. Chiara se unia a Jesus Crucificado. Ela disse: “Somos como crianças quando temos nossos caprichos e queremos dizer a Deus o que Ele deve fazer. Confiemos nas ordens do Senhor. Seguindo-as jamais ficaremos decepcionados.” Chiara chama os amigos e muito sorridente contou todas as maravilhas que o Senhor fez em sua vida. Disse a todos eles em tom de despedida: “Amo muito a todos vocês!” Ela queria que Padre Vito chegasse na sua última hora, coisa que seria difícil. Mas ele conseguiu. Veio e ela se alegrou. No dia 13 de junho de 2012, Chiara piora. Enrico está sempre ao seu lado e chora muito. Chiara entra em agonia. No último momento, Enrico sussurra no ouvido de Chiara: “Em paz me deito e logo adormeço. Só Tu, Senhor, me fazes descansar em segurança.” E Chiara falece em paz, com apenas 28 anos.
Exemplo do casal: Enrico ficou viúvo para cuidar de Francesco, que cresce forte e saudável mesmo sem a mãe, que arriscou sua vida para não comprometer a dele. O exemplo de Chiara e Enrico e sua história se espalharam e tocaram multidões em todo o mundo, pois eles passaram por coisas e situações comuns, mas viveram tudo com santidade. Eles não trataram seus filhos bebês falecidos como pequenos, mas como grandes pessoas, pessoas da mesma importância e valor que as outras. E os amaram com amor infinito. É assim que devemos amar as pessoas, sem considerar o tamanho nem a idade. É o amor incondicional ensinado por Jesus. Os bebês falecidos antes ou após o parto não devem ser esquecidos, mas lembrados e amados pelos pais. Devemos lembrar deles como grandes intercessores no Céu e parte da família. O Vaticano acolheu com carinho a causa da beatificação de Chiara Petrillo. E os devotos e admiradores desejam a canonização desta jovem tão recente.